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Em 1896, Dewey publicou um trabalho sobre a memória humana. Nesse trabalho, ele introduziu o conceito de "memória construtiva". Esse conceito é melhor exemplificado pela seguinte citação de Dewey:

"As sequências de ações são construídas de tal maneira que as experiências seguintes a categorizam e, consequentemente, dão sentido ao que foi experimentado antes".

A implicação disso é que a memória não é estabelecida nem fixado no momento em que a experiência é vivida, mas, de alguma forma, acontece em função do que vem depois. Ela deve ser vista como o que segue. A experiência sensível é armazenada como uma experiência. As memórias são construídas inicialmente a partir dessa experiência, em resposta a pedidos de uma memória dessa experiência, mas o processo de construção da memória inclui a situação concernente ao momento em que se busca pela memória. O efeito disso é que a memória não existe apenas em função da experiência original, mas também existe em função do que tenha acontecido desde a experiência original e da situação que prevaleceu quando a demanda pela memória é realizada.

Depois de construída, cada memória é adicionada à experiência. Esta acaba sendo ampliada. A memória requer o processamento da experiência e não se trata simplesmente de uma recordação de aspectos factuais da experiência. Tais aspectos constituem uma espécie de "memória sensório motora". Assim, novas memórias da experiência são construídas em função da experiência original e das memórias anteriores de situações semelhantes. Assim, novas memórias podem ser vistas como novas interpretações de experiências ampliadas.

Em suma, a experiência e a situação originais são usadas para construir as memórias da experiência, em seguida, essas memórias são adicionados como experiências e poderão ser usadas posteriormente para produzir novas memórias em conjunto com as novas situações.

A co-ocorrência da situacionalidade e da memória construtiva fornece a base para o desenvolvimento de nossa compreensão do pensamento. Isso nos permite considerar processos que antes não eram tratados adequados: os processos de reformulação. A reformulação é o processo que, de alguma forma muda o projeto que está em pauta. Tem três locais: o leque de possibilidades de estruturas que podem ser produzidas é alterado, a variedade de comportamentos para os quais a estrutura é projetada muda ou as funções para as quais a estrutura é projetada mudam.

Para qualquer discussão sobre a memória construtiva, devemos recorrer a Bartlett (1932), que rejeitou a noção de que a memória envolve uma repetição passiva de uma experiência do passado, através do desenvolvimento de uma cópia literal da experiência. Em um mundo de constante mudança do ambiente, tratar a memória como algo estático é extraordinariamente negativo. Se nós considerarmos a evidência em vez de suposições, a memória é muito mais um caso de construção do que uma mera reprodução. Bartlett enfatizou a dependência dos esquemas, que ele definiu como "uma organização ativa de reações anteriores ou de experiências passadas" (p. 201). Apesar de adaptável ao organismo, lembrar fatos depende fortemente de construção por meio de esquemas, o que tem uma desvantagem: integrar, elaborar e inventar são características relacionadas ao lembrar, e todas elas frequentemente envolvem a mistura de assuntos que pertencem originalmente a diferentes esquemas.

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